Exatamente três décadas após a morte do artista José Leonilson Bezerra Dias, o Museu da Cidade de São Paulo expõe a obra – concebida originalmente para a Capela, em 1993, e que não chegou a receber a visita do autor. Com curadoria de Agustín Perez Rubio e participação de Ana Lenice Dias, a atual montagem traz também anotações e esboços deixados por ele sobre seu último trabalho.
PASSADAS
FATO GATO, de Ana dias Batista e João Loureiro
Obra site specific concebida por Ana Dias Batista e João Loureiro, que se interessaram pelo cotidiano do local, identificando pontos de interação, entre eles a presença de uma população de gatos no território. A instalação promove um diálogo com o sítio histórico, tecendo pontes entre a sua memória de ocupação artística e o público visitante, abordando questões da arte contemporânea. Os artistas se utilizaram da área externa da Capela para cultivar erva-dos-gatos e também instalaram um arranhador — para uso dos felinos — no teto da edificação.
Museu de Rua: Perus
Dividida em quatro temas — Trabalho, Lazer, Bairro e Atuação Feminina —, a mostra, além de compilar imagens principalmente de “Perus Antigo”, visa trazer à tona lembranças tanto coletivas como individuais dos seus moradores e busca evitar o apagamento dessas memórias.
A iniciativa é uma parceria entre o Museu da Cidade de São Paulo e o Centro de Memória Queixadas Sebastião Silva de Souza e contempla um projeto que realiza exposições ao ar livre nas ruas da capital paulista: o projeto Museu de Rua.
Visão, de Rejane Cantoni
Obra site specific imersiva e interativa que se propõe a enquadrar e distorcer a percepção que o visitante tem da Capela do Morumbi. Do lado dentro, escuro total; do lado de fora, é composta de uma superfície de espelhos inclinados que refletem o céu. A instalação tem a função de provocar uma experiência visual de adaptação ao escuro. VISÃO reconfigura a capela em dispositivo que reflete o entorno, o firmamento, e convida à interiorização do fenômeno visual.
Rumor, de Renato Pera
A instalação sonora traz narrações de materiais recolhidos em espaços públicos como o Museu da Polícia, o Arquivo Público do Estado, o Museu da Cidade de São Paulo (CEDOC), entre outras instituições, e que serão emitidas em alto-falantes feitos de fibra de vidro dispostos na escadaria do Beco, que já abrigou um gabinete médico legal.
Amefrikah, de Ramo
A mostra evidencia reflexões relacionadas aos debates e caminhos dos movimentos negros e busca criar visualidades em torno de símbolos de lutas e conhecimentos referenciados a eles, no Brasil, nas Américas e na África, segundo a pesquisadora Luciara Ribeiro.