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Diálogos no Museu da Cidade: CONVERSANDO SOBRE DECOLONIZAÇÃO – 25/07/2020 às 11h -Canal Youtube Museu da Cidade

O Brasil do século XVI é fruto da expansão marítima fomentada desde início da Modernidade. Já no século VX, começam a circular, na Europa, ideias que formariam os Estados Nacionais, concentrando recursos na mão de um soberano – recursos que antes estavam pulverizados entre os feudos medievais.

Embora o marco histórico do final do Medievo seja a conquista de Constantinopla pelos turco-otomanos, o que tornou realmente possível sair do esquema quase autossustentável dos feudos foi o crescimento de uma burguesia comerciante que passaria a financiar a descoberta de novas possibilidades de lucro, inaugurando o chamado capitalismo comercial.

Diferentemente do capitalismo industrial, do século XVIII, focado na produção de insumos, o capitalismo comercial visava mais a desenvolver um diferencial competitivo por meio da exploração de novas relações e territórios de modo a se obter disto a riqueza desejada. Foi assim que a expansão marítima se apresentou como uma possibilidade promissora, fazendo com que Portugal, notadamente, monopolizasse o comércio de especiarias com as Índias, conquistasse territórios na África, desenvolvesse a produção de cana de açúcar nos Açores e finalmente, tomasse posse das terras americanas, a leste do Tratado de Tordesilhas.

Assim, o Brasil do século XVI é inaugurado como a epítome do colonialismo. E o que isto significou para os habitantes dessas terras? Para além do genocídio por doenças e guerras, houve tentativas de aculturação catequética feitas pelos jesuítas. Instauraram-se, então, novos valores: acumulação de bens, exploração do outro para obter lucro, a cristalização dos valores europeus como civilizados e civilizatórios.

Mas o Brasil e, especificamente, a cidade de São Paulo são formados por indígenas, africanos, judeus, europeus diversos e, tardiamente, por asiáticos. Ou seja, a materialização da diversidade étnica, cultural, identitária; o cadinho da multiplicidade, da polissemia, da polifonia. Como aceitar, portanto, que um único discurso moralizador dê conta dessa cultura tão vasta? É por isso que precisamos falar de decolonização. Precisamos rever e ressignificar nossa cultura, aceitando sua riqueza inerente que permite verdades e caminhos plurais.

Em virtude disso, o Programa Diálogos no Museu traz Marilia Bonas que, baseando-se em sua extensa trajetória profissional, provoca nosso pensamento de modo a revisitarmos nossa História. História que é viva, que se reconstrói conforme melhor a conhecemos e entendemos, permitindo um futuro sem a repetição dos mesmos erros e com a admissão de quem verdadeiramente somos.

Danilo Montingelli

Coordenador Geral

Diálogos no Museu da Cidade

Link da Transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=pMz3aVraJUs

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