A Exposição SÃO PAULO INVISÍVEL, em cartaz no Solar da Marquesa de Santos, foi prorrogada até 24/01/2021. Visite!

O Museu da Cidade de São Paulo recebe a exposição São Paulo Invisível, com curadoria de Alecsandra Matias e coordenação de Henrique Siqueira. A instituição aceita o desafio de apresentar uma mostra com “processo curatorial participativo e visitável pelo público, e por conter, em seus painéis expositivos, os números e as histórias que se relacionam com eles, construídos como intervenções artísticas. Com essa proposição, assumimos a abertura da exposição com os painéis vazios, como lousas a serem riscadas com o conteúdo que emergir das conversas entre curadoria e convidados”, explica Henrique Siqueira.

A curadoria da São Paulo Invisível possui uma sala de escuta – o Laboratório dos números – com mesas de debates em datas definidas, sobre temas diversos, cujas informações, em números, contribuirão para a forma da mostra, para a reflexão e para dar visibilidade a estes grupos sociais – construção de conteúdo se dá no decorrer da mostra. Painéis criados por artistas, em diferentes linguagens, nascerão conforme o desenrolar dos encontros retratando presenças de uma cidade real, não pré-idealizada, tanto individuais como coletivas, que se recusam a desaparecer no tempo.

“Por pertencer a uma categoria de museu (“museu de cidade”) que tem a metrópole como objeto de atenção, propusemos olhar para alguns grupos sociais que historicamente se mantiveram desapercebidos pela sociedade e pelo poder público”, explica Henrique Siqueira. A busca da curadora e pesquisadora Alecsandra Matias é pelo retrato e registro real da cidade, sempre descrita por números, cifras, estatísticas e percentagens grandiosas que contam histórias, mas podem não registrar um grande segmento da população que foge ao padrão da base de cálculo das políticas urbanas – um grupo de invisíveis que ainda resistem. A função primordial dos ciclos de encontros do Laboratório dos números é o de justamente conhecer quais são os registros reais que mostram a presença ou a ausência desses “invisíveis” da cidade, quais histórias por trás dos números. “Os pesquisadores, artistas e agentes convidados trazem experiências e relatos que podem mudar conceitos endurecidos. As ideias, os fatos, os dados de pesquisas discutidos a cada encontro colocam a história oficial versus as polifonias mnemônicas”, diz a curadora.

São temas em discussão atualmente que passam por negros, índios, temáticas de gênero, refugiados, desabrigados, e outros tantos que apresentam desafios. Os seis encontros programados terão grupos envolvidos com as temáticas tanto de reconhecimento como pertencimento. As obras de arte – painéis – criados in loco pelos artistas convidados, serão resultados dessas discussões, cada um com linguagem própria de cada criador. “São intervenções motivadas por repensar os temas e nos trazer a visualidade dessa cidade resistente”, explica Alecsandra Matias.

Findos os encontros e concluídos os painéis, “São Paulo Invisível” propõe uma questão: é possível a escrita de uma história na qual caibam os plurais? Responde a curadora: “Difícil pergunta! Mas, creiam! Estaremos mais próximos da descoberta de uma nova versão de cidade”.

Agenda – Palestrantes e artistas

Mesa 1 – 29/setembro às 19h – Negro, cadê seu lugar?

Deri Andrade, Preta Rara e Prof. Dra. Gislene Aparecida dos Santos

Criação do painel: Junião

Mesa 2 – 30/setembro às 19h – Ser índio hoje

Prof. Eva Aparecida dos Santos, Carlos José Ferreira dos Santos e Marília Xavier Cury

Criação do Painel: Morara Brasil

Mesa 3 – 01/outubro às 19h – Masculinidade, heterossexualidade compulsória e eurocentrismo

Marcela Tiboni, Casa 1 com Bruno O e Amara Moira

Criação do painel: Laura Guimarães

Mesa 4 – 02/outubro às 19h – Êxodo, imigração e refugiados

Rose Satiko Hikiji, Duda Porto de Souza e Maria Luiza Tucci Carneiro

Criação do painel: Gil Duarte e Binário Armada

Mesa 5 – 05/outubro às 19h – Às margens do acesso

Andrea Paula dos Santos Kamensky, Padre Júlio Lancellotti e Marcelo Batista Nery

Criação do painel: Alan Fujito

Mesa 06 – 06/outubro às 19h – Memórias apagadas: vila, cidade e metrópole

Percival Tirapeli, Giselle Beiguelman e Raquel Glezer

Criação do painel: Helena Kozuchowicz e Paulo von Poser